Nunca se falou tanto em ESG – sigla em inglês para “Environmental, Social and Governance” –, no âmbito corporativo como agora. Ao mesmo tempo, a doutrina no Brasil ainda é bastante escassa sobre o tema.
Qual é o papel das empresas no capitalismo contemporâneo? Existem (ou devem existir) responsabilidades externas que as vinculam para além de suas obrigações com os acionistas? Como as empresas podem buscar legitimamente o lucro? Todas essas perguntas têm ocupado a atenção de economistas e juristas há algumas décadas, mas, atualmente, as respostas vêm se modificando sensivelmente.
A obra Fundamentos do ESG, dos autores Marcelo Zenkner, doutor em Direito Público pela Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa – FDUNL, Fábio Galindo, Co-CEO da FutureCarbon Group, e Yoon Jung Kim, graduada em Direito pela PUC-SP e especialista em Governança Corporativa, ESG, Compliance e Mudança Climática, trata da reconciliação entre as dimensões econômicas e sociais das empresas, as quais podem e devem lucrar a partir da implementação de políticas corporativas de sustentabilidade e de responsabilidade social. O livro também descomplica o termo ESG e direciona para a implementação dos conceitos que o envolvem.
Por abordagens teóricas e, principalmente, práticas, demonstra que a adoção genuína dos fatores ESG representa um fator decisivo de perenidade de qualquer organização nos dias de hoje.
A boa governança corporativa tem uma importante função no contexto das políticas ESG, na medida em que contribui para a construção de um ambiente de confiança, transparência e responsabilidade necessária para promover o investimento de longo prazo, estabilidade financeira e integridade empresarial, apoiando assim um crescimento mais forte e sociedades mais inclusivas.
Não restam dúvidas no sentido de que o mundo ESG, concebido a partir de sistemas de integridade corporativos, é um caminho absolutamente sem volta.